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Você não me ensinou a te esquecer

Você não me ensinou a te esquecer (1979), tema do filme Lisbela e o prisioneiro (2003), de Guel Arraes, é uma música de Fernando Mendes que ficou famosa na voz de Caetano Veloso. Mais do que um projeto musical, é um projeto de vida quebrar, à minha maneira, a estrutura social e econômica do Brasil. Gravar esses compositores sempre foi para mim um forma de gritar contra o apartheid social brasileiro afirma Caetano ao referir-se ao facto de gravar compositores desprezados pelo público culto. É o que acontece também com Fernando Mendes, compositor de clássicos bregas. Em relação a esta designação de brega para definir o tipo de música que faz, Fernando Mendes responde dizendo que Brega é o nome que o invejoso dá ao vitorioso. Este tipo de designação incomoda Caetano que procura que se ultrapasse o preconceito com a música popular: Não aceito, nem nunca aceitei, essa divisão que querem impor à música brasileira entre a canção popular e a música de boa qualidade da MPB.

"Que faço eu da vida sem você
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer"

Fonte: http://www.fernandomendes.com/materias/oglobo.html

Sampa (1978) de Caetano Veloso


Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
da dura poesia concreta de tuas esquinas
da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto, mau gosto
é que Narciso acha feio o que não é espelho
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
afasto o que não conheço
e quem vem de outro sonho feliz de cidade
aprende de pressa a chamar-te de realidade
porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
da força da grana que ergue e destrói coisas belas
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
mais possível novo quilombo de Zumbi
e os novos baianos passeiam na tua garoa
e novos baianos te podem curtir numa boa.

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