O Consolo da Filosofia

A Morte de Sócrates, de Jacques-Louis David



Procuramos consolo nas mais diversas coisas, porque não fazê-lo na Filosofia? Nem sempre é fácil, pois esta apresenta-se muitas vezes de difícil compreensão. É necessário simplificar a linguagem e criar uma ligação mais directa e real entre leitor e escritor. Alain de Botton faz isto de uma forma que me agrada muito. No seu livro, O Consolo da Filosofia, apresenta-nos o consolo para a impopularidade (Sócrates), a falta de dinheiro (Epicuro), a frustração (Séneca), a inadaptação (Montaigne), um coração destroçado (Schopenhauer) e as dificuldades (Nietzche). Um livro que sabe mesmo bem ler. Séneca está a consolar as minhas frustrações e estou a adorar.


Depois, vou consolar-me com o que o Pai Natal deixou-me no sapatinho, Os Filósofos e o Amor: Amar, de Sócrates a Simone de Beauvoir, de Aude Lancelin e Marie Lemonnier, com prefácio de Eduardo Lourenço. Sócrates, Platão, Lucrécio, Montaigne, Rousseau, Kant, Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Arendt, Sartre e Simone de Beauvoir são tidos em conta para se falar do amor neste livro. E mais uma vez, a palavra consolo está presente. Diz no anúncio ao livro: "Caberá ao leitor a tarefa de decidir se eles saberão consolar-lhe os males de amor." É muito bom que a Filosofia nos ajude a lidar com os nossos problemas do dia-a-dia, mas não se pode ter em conta os filósofos unicamente para nos consolar. A Filosofia tem que ir muito além do consolo, apesar de muitas vezes saber tão bem nos retermos somente nisto.

Os meus filmes de Natal




Home Alone




It's a Wonderful Life




The Nightmare Before Christmas

Natal, e não Dezembro



Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.


David Mourão-Ferreira, Cancioneiro de Natal

Morreste-me

Morreste-me foi o primeiro livro de José Luís Peixoto. É dos livros que mais me tocou até hoje. Este livro não se lê, sente-se. Depois dele, li todos os que se seguiram. Em poesia ou em prosa, todos foram verdadeiros em mim. Agora, vou ler Livro já com a certeza que também este vai ficar em mim. Mas antes, vou sentir o início de Morreste-me pela voz do autor.


Um mundo perfeito

Já vi e revi este filme há tantos anos. Ao ligar agora a tv, sou tentada a mais uma vez render-me a este filme. É, sem dúvida, um dos meus favoritos.

Em tudo que vi, encontrei Sophia

Liberdade

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Tudo me é uma dansa em que procuro
A posição ideal,
Seguindo o fio dum sonhar obscuro
Onde invento o real.

À minha volta sinto naufragar
Tantos gestos perdidos
Mas a alma, dispersa nos sentidos,
Sobe os degraus do ar...

Sophia de Mello Breyner Andresen

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