L' Illusionniste
Com as boas memórias de Les Triplettes de Belleville ainda bem vivas na cabeça, quero muito ver este último filme de Sylvain Chomet.
O Consolo da Filosofia
Procuramos consolo nas mais diversas coisas, porque não fazê-lo na Filosofia? Nem sempre é fácil, pois esta apresenta-se muitas vezes de difícil compreensão. É necessário simplificar a linguagem e criar uma ligação mais directa e real entre leitor e escritor. Alain de Botton faz isto de uma forma que me agrada muito. No seu livro, O Consolo da Filosofia, apresenta-nos o consolo para a impopularidade (Sócrates), a falta de dinheiro (Epicuro), a frustração (Séneca), a inadaptação (Montaigne), um coração destroçado (Schopenhauer) e as dificuldades (Nietzche). Um livro que sabe mesmo bem ler. Séneca está a consolar as minhas frustrações e estou a adorar.
Depois, vou consolar-me com o que o Pai Natal deixou-me no sapatinho, Os Filósofos e o Amor: Amar, de Sócrates a Simone de Beauvoir, de Aude Lancelin e Marie Lemonnier, com prefácio de Eduardo Lourenço. Sócrates, Platão, Lucrécio, Montaigne, Rousseau, Kant, Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Arendt, Sartre e Simone de Beauvoir são tidos em conta para se falar do amor neste livro. E mais uma vez, a palavra consolo está presente. Diz no anúncio ao livro: "Caberá ao leitor a tarefa de decidir se eles saberão consolar-lhe os males de amor." É muito bom que a Filosofia nos ajude a lidar com os nossos problemas do dia-a-dia, mas não se pode ter em conta os filósofos unicamente para nos consolar. A Filosofia tem que ir muito além do consolo, apesar de muitas vezes saber tão bem nos retermos somente nisto.
Natal, e não Dezembro
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
David Mourão-Ferreira, Cancioneiro de Natal
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