A primeira peça de teatro a que assisti contava com a interpretação de João Reis. Ontem, em mais um dia do Teatro, voltei a "encontrar-me" com um grande actor. Uma hora e meia sozinho em palco com um texto de Wallace Shawn, The Fever. O tradutor, Jacinto Lucas Pires, é claro no que esta peça provoca a quem está na plateia : "Uma peça que não nos apanha pela "empatia" costumeira das ficções, antes por esta horrível "cumplicidade" no crime. No crime da injustiça, da desigualdade, da desesperança." E continua "nunca nos sintamos apenas, e oh tão confortavelmente, "espectadores". Não, aqui estamos dentro da "história", não viemos do nada e não estamos no meio do nada, somos "actores". E, portanto, em consequência, saindo daqui, não teremos de agir?"
Mas do que se fala nesta peça? Fala-se de um mundo, o nosso mundo, em que enquanto uns festejam outros são torturados longe da vista dos primeiros para que a "festa" não seja estragada. Em que uns reclamam para si sempre o melhor e outros nem sequer têm voz. Mas o melhor é ler, vale a pena. O texto está aqui.